O QUE É O ROMANCEIRO.PT
Em 2013 iniciou-se o processo de digitalização dos núcleos documentais do Arquivo do Romanceiro Português, ao abrigo do do projeto intitulado “O Arquivo do Romanceiro Português da Tradição Oral Moderna (1828-2010): sua preservação e difusão”. Através de uma parceria entre a Fundação Manuel Viegas Guerreiro (Loulé) e o CIAC – Centro de Investigação em Artes e Comunicação/FCT (Universidade do Algarve) e com o valioso mecenato da Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito do ‘Concurso de Recuperação, Tratamento e Organização de Acervos Documentais (2013)’, pode finalmente dar-se um passo decisivo na salvaguarda e promoção do Arquivo do Romanceiro Português.
Com a disponibilização deste arquivo em rede, promete-se tornar acessível tanto ao público especialista como ao grande público um conjunto de grande valor cultural, que alberga perto de 14.000 imagens de documentos de grande relevo no âmbito da literatura patrimonial portuguesa.
Desde 2018, trabalhamos numa reconceptualização de romanceiro.pt como plataforma que acolhe investigação em torno do romanceiro em língua portuguesa. A integração do projeto Garrettonline é um dos expoentes desta nova missão. No que respeita à base de dados de romances tradicionais, trabalhamos atualmente em duas futuras vertentes com o objetivo de dotar romanceiro.pt de novas valências de investigação: 1) a ligação do Archivo Digital del Romancero, custodiado pela Fundación Ramón Menéndez Pidal, de Madrid, ao nosso arquivo de romances tradicionais; 2) a organização e integração da tradição oral brasileira, atividade cujos fundamentos se encontram já lançados. Deste modo, ampliamos consideravelmente o escopo do arquivo, que passa então a abranger a tradição em Língua Portuguesa.
PRESERVAÇÃO E INVESTIGAÇÃO
Em 2013, o apoio concedido pela Fundação Calouste Gulbenkian permitiu satisfazer dois desideratos da equipa:
- a conversão das bases de dados já existentes numa única base de dados relacional, cuja arquitetura possibilitou eliminar as redundâncias pré-existentes, ao mesmo tempo que se acrescentaram novos campos à estrutura do arquivo; tornou-se possível deste modo resolver os grandes problemas das anteriores bases de dados: as versões passaram a ser incluídas como imagem de texto e os registos sonoros puderam ser incorporados em formato mp3;
- digitalizava-se e preservava-se, por fim, o acervo sonoro e o acervo em papel do Romanceiro português, que se ressentia já do passar do tempo nos seus frágeis suportes documentais: a fotocópia em papel e a fita magnética das cassetes áudio.
A ampliação e a atualização do corpus; o desenvolvimento de novas metodologias filológicas e de edição da poesia tradicional; a implementação de uma experiência de navegação mais intuitiva; a difusão do conhecimento nesta área do saber e a preocupação com o cruzamento de dados em rede incitam-nos a prosseguir trabalhos.
Para tal desenvolvemos este ambiente de estudo dedicado ao Romanceiro.
Horas de gravação
Versões inéditas
Versões publicadas
Cassetes áudio
Coordenador geral
“O Romanceiro sobreviveu respeitando de modo extraordinário o legado de que fora herdeiro: os poetas que estiveram na origem destes poemas (na sua maioria caídos no anonimato) conseguiram o privilégio de ter quem os imortalizasse memorizando as suas criações. É esse legado que pretendemos preservar.”